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A SAD do Sporting sempre esteve consciente que, na preparação desta época, a estratégia a adoptar estava dependente de dois factores para os quais não existiam certezas – a venda de um jogador por um valor elevado e a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões. Ou seja, caso conseguisse um encaixe financeiro significativo, a abordagem ao mercado seria suportada por outro tipo de argumentos. E nessa incerteza, parece-nos que José Eduardo Bettencourt não deveria ter feito referência a reforços para vender camisolas e que iriam empolgar a família leonina. Desta forma, sem qualquer tipo de garantia, elevou em demasia as expectativas dos adeptos...
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Com a não confirmação dos dois factores referidos, a estratégia adoptada, assente num investimento mínimo e na aposta nos jogadores da formação do clube, teve como objectivo apenas substituir no plantel os jogadores com um rendimento claramente negativo ou que, em alguns casos, nem sequer constituíam opção para o treinador.
Opções
No contexto atrás referido, a intervenção do Sporting no mercado poder-se-á considerar positiva dos pontos de vista desportivo e financeiro.
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Parece-nos consensual que, do ponto de vista teórico e meramente desportivo, as trocas directas de Romagnoli por Matías, de Derlei por Caicedo, de Tiuí por Saleiro e de Ronny por André Marques foram decisões acertadas.
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Por fim, para além de ter tentado a contratação (não viável a nível financeiro) de 2 jogadores (não em simultâneo) de créditos firmados e com enorme prestígio, a SAD do Sporting ao conseguir libertar-se do elevado ordenado de Fábio Rochemback (vai permitir fazer crescer Adrien Silva) foi resgatar Miguel Ángel Angulo a Inglaterra (o jogador estava na iminência de assinar por um clube da Premier League).
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Na nossa opinião, e com as limitações a que está sujeito, o Sporting melhorou qualitativamente o seu plantel. Se será suficiente, ou não, só o tempo o dirá…
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Limitações
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Analisando os factos, e ao contrário dos seus adversários directos, a SAD do Sporting efectuou um investimento praticamente nulo na preparação desta época. Senão vejamos:
- Gastou 3,9 milhões de euros na aquisição de Matías Fernández (a pagar em três anos);
- A entrada de Felipe Caicedo não implica qualquer custo a nível do empréstimo e de ordenados;
- Gastou 1,9 milhões de euros na renovação de Liedson;
- A entrada de Angulo não implica qualquer custo (o espanhol receberá um ordenado similar ao de Rochemback);
- No âmbito da transferência do jogador para o Real Madrid, terá direito a receber 2,5 milhões de euros pela formação de Cristiano Ronaldo;
- Receberá da UEFA 3,23 milhões de euros (130 mil euros pela presença na 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, 2,1 milhões pela presença no play-off da mesma competição e 1 milhão pela presença na fase de grupos da Liga Europa).
E porquê um investimento tão reduzido? No momento actual, o Sporting não tem autorização, por parte da banca, para se endividar mais. E, mesmo que alguém que comprou Luís Loureiro e Wender vislumbre alguma acção milagrosa, esta é a dura realidade. Neste sentido, podemos um dia contar pormenorizadamente quem é que anda a passar informações privilegiadas do nosso clube a algumas aberrações encaracoladas que por aí se passeiam…
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E, acreditem ou não, se a reestruturação financeira não avançar no imediato será sempre a descer… E neste sentido, os sócios do Sporting vão ter de definir brevemente que caminho querem que o Sporting percorra…